terça-feira, 20 de julho de 2010

Prêmio de Consolação

Já que a Copa do Mundo escapou, a Holanda terá que se contentar com o Leão de Ouro.
Golden Lion for Lifetime Achievement será dado a Rem Koolhaas (vencedor do Pritzker no ano 2000) durante a Bienal de Arquitetura de Veneza que começa 29 de agosto e vai até 21 de novembro, segundo divulgação no site da Bienal.

Esta edição tem a direção de Kazuyo Sejima (Pritzker 2010), responsável pela indicação do arquiteto ao prêmio, e o tema People meet in architecture é realmente a cara do OMÁtico Koolhaas, que tem cool até no nome! Na verdade, acho que ele é uma espécie de embaixador do estado atual da arquitetura/sociedade em que a informação se tornou mais um item de consumo em massa, além de uma simbiose dos dois profissionais que facilmente se iludem, já que trabalham a partir de premissas criadas por si mesmos: o arquiteto e o jornalista.

"O interessante sobre a mídia é o fato dela se apresentar como uma refeição enorme que, embora pareça satisfatória, na verdade sempre nos deixa mais famintos".
Rem Koolhaas, Conversas com estudantes. Gustavo Gili, 2002.

Aos sábados, a Bienal abrigará um espaço de discussões com a diretora desta edição e diretores de edições passadas (Paolo Portoghesi e Hans Hollein, entre outros) sobre os temas que já foram abordados pela exposição.

O título do pavilhão brasileiro é mais-do-que-previsível-eu-não-agüento-mais 50 Anos de Brasília.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Obituário: Günter Behnisch 1922-2010

Nesta segunda-feira, 12 de julho, morreu Günter Behnisch, talvez o mais proeminente arquiteto alemão do pós-modernismo. Hoje, por coincidência, peguei um livro para ler no metrô e, quando o abri, a página marcada era exatamente uma entrevista dele.

Olympiastadion, Munique. Imagem: Fritz Geller-Grimm

O livro se chama Entrevistas com Arquitetos, de Hanno Rauterberg, Editora Viana & Mosley, e é basicamente uma compilação de entrevistas publicadas periodicamente no jornal Die Zeit, de Hamburgo, no qual Rauterberg é crítico de arte e arquitetura. Acho que não temos este tipo de espaço em nenhum jornal brasileiro. Apesar de Sérgio Magalhães e Luiz Fernando Janot contribuirem regularmente para o jornal carioca O Globo, na seção Opinião, o foco em geral é política urbana. Não conheço se nos jornais paulistanos há algum espaço dedicado à crítica de arquitetura, apesar de ter de reconhecer o esforço da Folha de SP em publicar reportagens sobre projetos e arquitetos que estejam em foco na mídia internacional, sem necessariamente uma visão crítica.

Olympiastadion, Munique. Imagem: Fritz Geller-Grimm

Voltando a Günter Behnisch, sua arquitetura é frequentemente rotulada de 'desconstrutivista", resultado do uso extenso de estruturas metálicas e vidro aliados a formas irregulares e de difícil apreensão. Essa liberdade criativa é na verdade uma repulsa à rigidez e à arquitetura clássica dos regimes totalitários, uma tentativa de dissolver hierarquias, e se relaciona diretamente com sua experiência de jovem alemão durante a 2ª Guerra. Copiei abaixo um trecho interessante de sua entrevista no livro:

"De onde o senhor tirou esse gosto por imperfeições e coisas inacabadas?
As pessoas não são perfeitas, então por que a arquitetura deveria ser? Eu simplesmente gosto de coisas que estão inacabadas. O mesmo acontece com a literatura - se alguém conta tudo para você, a diversão acaba. Se há lacunas, a sua imaginação pode trabalhar. Isso é muito diferente do que as pessoas consideram ser a arquitetura prussiana. É por causa disso que há tanta discussão sobre o edifício da Akademie der Künste, em Berlim. A cidade queria que todos os prédios da Pariser Platz ficassem da mesma altura e, tanto quanto possível, tivessem a mesma aparência. Isso é ordem imposta de cima, enquanto que a ordem sobre a qual pensamos é aquela que vem de baixo, e que confia na tenacidade das coisas. E nas pessoas, também.

Akademie der Künste, Berlim. À direita, um pouco do DZ Bank de Gehry. Imagem: wikimedia.org

Akademie der Künste, Berlim. Imagem: Manfred Brückels

Mas, o que há de tão mau em encaixar a arquitetura no esquema urbano?
Acho que o individualismo é sempre mais importante do que essa grande ordenação.

Mas nem todo edifício pode se destacar dos outros.
Em Berlim, tratava-se de criar uma nova coesão social via os meios de planejamento urbano. Mas eu não ache que isso funcione. Você não pode impor coesão, porque coesão não é uma coisa externa. Veja só, antigamente um mestre artesão construía sua própria casa. O negócio dele funcionava embaixo, a residência era em cima, e seu orgulho estava envolvido na obra. Hoje em dia não há praticamente mais artesãos razoáveis e, quando os edifícios são levantados, é geralmente para obter um retorno financeiro. E os edifícios mostram isso, também. A arquitetura não pode estabelecer ordem quando a realidade atrapalha."

HYSOLAR Haus, Stuttgart. Imagem: greatbuildings.com

Óbvio que não concordo com tudo o que ele diz, mas para mim, ao fazer esta analogia com as casas dos artesãos, o arquiteto fala claramente de si mesmo, ressentido das limitações impostas por seus clientes que resultam em edifícios parecidos, sem alma. Quando trabalha com certa liberdade e autonomia, se sente "dono" do projeto, como um artesão ao construir sua casa, aí sim é que surgem obras excepcionais: o Olympiastadion em Munique, a HYSOLAR Haus em Stuttgart e a Akademie der Künste em Berlim.

HYSOLAR Haus, Stuttgart. Imagem: greatbuildings.com

Ou seja, a conclusão é aquela que ouvimos desde criancinhas: é muito mais fácil ser bom quando se faz o que te dá prazer!

terça-feira, 13 de julho de 2010

I wanna go to London!

Afinal, você foi na palestra do Jean Nouvel?
Não?
Então faça como eu: tire uma casquinha e fique com água na boca!



E olha que eu tenho implicância com francês...
Será que é a careca que é irresistível?

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Confete e Serpentina

Ontem foi aberto ao público o Summer Pavillion da Serpentine Gallery, em Londres. Este ano, o projeto ficou a cargo de Jean Nouvel, que criou uma estrutura toda vermelha (de acordo com o site da Serpentine Gallery, a cor faz referência aos ônibus e cabines telefônicas ícones da cidade) composta por um café e espaço para eventos.
Hoje este espaço será usado pelo próprio arquiteto, que dará uma palestra explicando o projeto.




Sinto calor só de ver este toldo vermelho!

Esta é a décima construção deste tipo, sempre assinada por *Starchitects*:
2009 - SANAA
2008 - Frank Gehry
2007 - Snøhetta
2006 - Rem Koolhaas
2005 - Alvaro Siza e Eduardo Souto de Moura
2003 - Oscar Niemeyer
2002 - Toyo Ito
2001 - Daniel Liebeskind
2000 - Zaha Hadid

Londres ferve!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Green is the new Blog!

sábado, 3 de julho de 2010

2 por 1

Continuando o roteiro arquitetônico londrino, na embaixada brasileira acontece a exposição Swarming Futures, parte do London Festival of Architecture. Com trabalhos de MMBB, BCMF, Tryptique, e Vazio S/A.

Imagem: Reprodução Vazio S/A

Eu sinceramente não entendi muito esse nome...
Alguma sugestão?

Onomatopéia

Imagem: dpa no Berliner Zeitung.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Depois da decepção...

De Alex Noriega, de seu blog.

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