domingo, 27 de fevereiro de 2011

Château de Versailles e o homem mais influente no mundo da arte francesa

A Nanda tinha pedido pra insider-parisienne-versaillaise* escrever sobre Murakami e o Château de Versailles, mas eu enrolei tanto que a exposição terminou...

*Bom, o fato de eu ser atualmente insider no Château não muda muita coisa porque eu sou a maior fã dessas atrações do Château ! A única coisa de diferente é que eu posso entrar e sair quantas vezes eu quiser e quando eu quiser, com quem eu quiser. Quer dizer, se eu chegar lá com o Kadhafi, acho que não passa ! Rsrsrs. Mas trata-se de um estabelecimento tão grande e complexo que nem sempre eu fico sabendo das coisas antes delas serem publicadas nos grandes jornais. Poucas vezes fico sabendo antes de todo mundo, só quando escapa alguma fofoquinha na corte.
- Ah boooooooooon ?! C'est pas vraaaaaaai !
Como foi a famosa fofoca do Daniel Craig e a falsa gravação do James Bond, em agosto do ano passado. Quanta bobagem, na verdade era o Google Art Project. 



Daí aproveitei o gancho do Jean-Jacques Aillagon, atual presidente do Château, Musée et du Domaine National de Versailles ser eleito a pessoa mais influente no mundo da arte francesa pra fazer uma mini-retrospectiva de todos os artistas contemporâneos renomados que lá expuseram temporariamente, desde que Aillagon assumiu o seu reinado.


Foi em 2008,  que tiveram início essas intervenções de artistas contemporâneos em pleno Château de Louis XIV. Pra justificar esse tipo de exposição, Aillagon faz múltiplas referências aos grandes artistas da época convidados por Louis XIV, à participarem da construção do que viria a ser a obra-prima da arquitetura barroca francesa. Nomes como Le Vau, Hardoin-Mansart, Le Brun, Le Nôtre, pra citar apenas alguns.


Todos esses artistas, que eram suficientemente renomados naquela época para receberem o reconhecimento do rei,  e faziam parte do que poderia se chamar de l'avant-garde do século XVII. 


O Château de Versailles de Aillagon deseja, assim como ocorreu ao longo de sua história, continuar a disponibilizar seus espaços para que os artistas contemporâneos do século XXI, possam igualmente usufruir e aí expôr suas obras.


Até hoje, ocorreram 3 intervenções desse tipo : Jeff Koons em 2008, Xavier Veilhan em 2009 e Takashi Murakami em 2010. A cada ano se alterna um artista francês e um estrangeiro. 
Retrospectiva :


Nascido em 1955 na Pennsylvannia, USA.
Château de Versailles : De 10 de setembro à 04 de janeiro de 2009. 
Foto publicada em Jeff Koons Versailles
Foto publicada em Jeff Koons Versailles
Foto publicada em Jeff Koons Versailles

Nascido em 1963, em Lyon, França.
Château de Versailles : De 13 de setembro à 13 de dezembro de 2009. 


Esse é de longe o meu preferido ! Foi o primeiro que eu tive oportunidade de ver ao vivo  e o único que eu pude sentir um diálogo verdadeiro entre as obras e o contexto. À começar pela carruagem "Le carrosse", logo de cara ao adentrar pelas grilles. Eu não poderia explicar melhor do que o próprio Veilhan e Le Bon, curador da exposição :












Foto : Camille Brêtas



Foto : Camille Brêtas

Foto : Camille Brêtas


Foto : Camille Brêtas


Foto : Camille Brêtas

Foto : Camille Brêtas

Foto : Camille Brêtas
Eu acho as esculturas do panthéon de arquitetos do Veilhan nos jardins particularmente bem-sucedida. Elas ficam bem em frente à fachada do Château onde também estão as esculturas em pierre-de-taille dos então considerados maiors arquitetos, na época de sua construção.

Aliás e à propósito, Frédéric Didier, Architecte en Chef des Monuments Historiques do Château de Versailles, também mandou esculpir a sua pessoa e colocou lá. Não é brincadeira !!!

Takashi Murakami

Nascido em 1962 , em Tokyo, Japão.
Château de Versailles : De 14 de setembro à 12 de dezembro de 2010. 

Quem acha que não conhece Murakami, conhece sim ó, rs :


Bolsas Louis Vuitton - Por Takashi Murakami




Por quê Murakami ?





Foto : Camille Brêtas

Foto : Camille Brêtas

Foto : Camille Brêtas

Arte contemporânea, Château de Versailles. Não há dúvidas quanto à importância de situar o Château na atualidade, de dar uma vida nova à esse monumento que atravessou os séculos, escapando da Revolução Francesa, até os dias de hoje. Acredito que essa fase realmente entrará para a evolução de sua história.


Ainda há o crédito de trazer uma obra contemporânea para ser exposta ao público francês. No caso de Murakami, ele nunca havia sido exposto por nenhum orgão público francês. 

Não se trata exclusivamente de uma interpretação do espaço, de uma releitura, não há necessariamente nenhuma adequação com o Château. Nem sempre as obras são especialmente concebidas para serem expostas no Château, e muito menos para a sala que a acolhe. Frequentemente, as obras expostas são obras já consagradas desses artistas, que já faziam parte de seu repertório.


É importante ter o espírito aberto para entender todos esses princípios antes de ir às exposições. Trata-se apenas de apreciar a arte contemporânea num contexto diferente das galerias de arte tradicionais, onde as obras parecem "sujar" suas paredes brancas e imaculadas.


Aqueles que, como eu num primeiro instante, esperam ver uma contraposição entre o passado e o presente específicos do Château de Versailles, correm o risco de ficar desapontados.




Mais informações :
Jeff Koons
Xavier Veilhan
Takashi Murakami

3 comentários:

iradj terça-feira, março 01, 2011  

lindissimo

Cristina Zara quarta-feira, março 02, 2011  

adorei a aula.....
não conhecida Murakami, mas ele é demais hein?
queria esse último quadro na minha sala !!!!
mil bjs

Camille B. quarta-feira, março 02, 2011  

Não sou muito fã do Murakami...

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