segunda-feira, 4 de abril de 2011

E o Pritzker 2011 vai para...

Eduardo Souto de Moura!

Com este anúncio, Portugal empata com o Brasil em 2 a 2 o número de prêmios recebidos (Souto de Moura + Siza X Niemeyer + Mendes da Rocha).

Imagem: pritzkerprize.com
O prêmio é oferecido pela família Pritzker, dona da cadeia de hotéis Hyatt, desde 1979.
De acordo com o site oficial, o propósito do prêmio é “honrar um arquiteto vivo cuja obra construída represente uma combinação de talento, visão e compromisso, e que tenha produzido contribuições consistentes e significativas para a humanidade e o ambiente construído através da arquitetura”.
Segundo Thomas Pritzker, o atual presidente da The Hyatt Foundation, “por sermos de Chicago, o berço dos arranha-céus, não é de se surpreender que nossa família tenha interesse em arquitetura. Em 1967, adquirimos um edifício inacabado que veio a se tornar o Hyatt Regency Atlanta. Seu átrio foi um sucesso e se tornou a marca registrada de nossos hotéis. Ficou imediatamente claro o impacto do projeto em nossos hóspedes e funcionários. Enquanto a arquitetura de Chicago nos fez reconhecer a arte da arquitetura, nosso contato com projetos e construções de hotéis nos mostrou o impacto que a arquitetura pode ter sobre o comportamento das pessoas.”
Imagem: paulmunsey.com
Antes mesmo de decidir por uma profissão, quando tinha ainda 15 anos, estive no átrio do Hyatt de São Francisco e foi realmente uma experiência espacial marcante – tanto que ainda me lembro perfeitamente do lugar, passados dez anos.

O Pritzker segue os moldes do prêmio Nobel, oferecendo aos vencedores atualmente um prêmio em dinheiro de US$ 100.000, um certificado e um medalhão de bronze, supostamente segundo design de Louis Sullivan, com o nome do premio de um lado, e do outro a tríade de Vitrúvio: firmitas, utilitas, venustas. (Até 1986, o medalhão era substituído por uma escultura de Henry Moore! Nada mal...)


Já passaram pelo júri nomes como Arata Isozaki, Cesar Pelli, Fumihiko Maki, Jorge Silvetti, Philip Johnson, Ricardo Legorreta e Shigeru Ban. Atualmente são membros Alejandro Aravena, Glenn Murcutt e Renzo Piano.
Se você quiser se inscrever ou sugerir alguém para o ano quem vem, basta mandar um email para a diretora do prêmio (marthathorne@pritzkerprize.com) com seu nome e informações de contato! Simples, não?
O site oficial do premiado deste ano ainda não está completo, mas sobre os homenageados anteriores há bastante informação, inclusive os discursos de cada arquiteto – dá pra se divertir bastante!

Claro que não podia faltar a lista:

1979 – Philip Johnson
1980 – Luis Barragán
1981 – James Stirling
1982 – Kevin Roche
1983 – I.M. Pei
1984 – Richard Meier
1985- Hans Hollein
1986 – Gottfried Böhm
1987 – Kenzo Tange
1988 – Oscar Niemeyer e Gordon Bunshaft
1989 – Frank Gehry
1990 – Aldo Rossi
1991 – Robert Venturi
1992 – Alvaro Siza
1993 – Fumihiko Maki
1994 – Christian de Portzamparc
1995 – Tadao Ando
1996 – Rafael Moneo
1997 – Sverre Fehn
1998 – Renzo Piano
1999 – Norman Foster
2000 – Rem Koolhaas
2001 – Herzog & de Meuron
2002 – Glen Murcutt
2003 – Jorn Utzon
2004 – Zaha Hadid
2005 – Thom Mayne (Morphosis)
2006 – Paulo Mendes da Rocha
2007 – Richard Rogers
2008 – Jean Nouvel
2009 – Peter Zumthor
2010 – Kazuyo Sejima e Ruye Nishizawa

Agora sobre o vencedor de 2011...

Eduardo Souto de Moura nasceu no Porto em 1952, e como todo arquiteto português, sob a influência da arquitetura ímpar de Álvaro Siza. Essa ligação entre os dois arquitetos ficou ainda mais forte após Souto de Moura ter iniciado sua carreira trabalhando no atelier de Siza.
Recém-formado, ganhou uma série de concursos dentro e fora de Portugal, entre eles a Casa das Artes no Porto.



Imagens: Luis Ferreira Alves
Estive lá em 2009 e estava desativada, espero que tenha tido melhor sorte desde então.

O Estádio de Braga, construído para a Eurocopa de 2004, é um ótimo exemplo de como é possível fazer boa arquitetura mesmo tendo que lidar com um programa complexo como o de um estádio. Em plena preparação para a Copa do Mundo, é uma pena que não tenhamos entre os projetos dos estádios brasileiros algo tão inspirado...


Imagens: Luis Ferreira Alves
No site Vitruvius, tem uma ótima entrevista com Eduardo Souto de Moura, feita pelo também português Jose Mateus (ARX), sobre o projeto.
Souto de Moura e Siza se reencontraram duas vezes ainda para projetar pavilhões para a Expo Hannover em 2000 e para a Serpentine Gallery em 2005.
O pavilhão de Hanover foi desmontado e levado para a beira do rio... em Coimbra, onde é utilizado para exposições e concertos. Seu exterior é todo revestido de cortiça, um produto de exportação de Portugal.




Imagens: pavilhaocentroportugal.net
O pavilhão da Serpentine Gallery é basicamente uma malha estrutural de madeira distorcida para criar espaço, projetada através de paramétricos com suas partes produzidas eletronicamente.


Imagens: dezeen.com

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